quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Única Miragem

Que hei-de eu fazer, se sempre me vejo nesta tenacidade?
Dentro de mim, como lava, o amor existe
Mas por fora, a neve, cair no peito ainda persiste.
Ardo, mas tenho frio, sou forte, mas caio no rumor da saudade…

Procuro-te a cada noite, e não te encontrar, como é triste!
Por entre sombras, mais que duvidosas, a ti não chego.
É triste!!! Como deixar morrer nos lábios um segredo
Nos primórdios de um desejo que ainda existe…

Não houvesse em mim, nem neve, nem lava
Que não me adejasse em demasia, a força que lavra
Como arado divino, na alma a tua imagem…

Não te veria assim perfeita, mas, como poderias não o ser?
Nesta vida, és o mais, do tão pouco que ouso ver,
Como oásis num deserto, perfeita ilusão, és única miragem….

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Lágrimas

Se me ponho a cismar com tuas belas utopias
Aquelas, com que me revestes o pensamento,
Parece-me que o tempo prende em si os dias,
Parece-me que nunca chegará o nosso momento...

Sinto assim minha alma da tua perdida,
Vagueando errante, delineando apenas e meras
Linhas de esperança por entre tristezas severas.
Pelo triste abandono dos sonhos, sente-se esquecida…

Eu apenas contemplo o silêncio vago...
Tomo como minha a textura espelhada de um lago
Vejo meu rosto, Mas sinto-o tão afim...

Lágrimas anunciam o declínio da calma,
Chegam aos olhos, bem de dentro da alma!
Para que as vejas por ti, saírem de mim!

Teus Mistérios

Gosto de te ver nua, assim na memória, como eco gravado,
Dizendo coisas que sem falar, só eu entendo!
Em teus longos braços delicadamente me estendo
Por entre sonhos de loucura e de pecado.

Lembro tuas unhas vermelhas nos dedos delicados
Da canção palpitante a que o peito se rende,
Frases que de meus lábios não desprende,
Sequer suspiros por me ver em caminhos desolados.

Queria o manto do teu amor, pois me sinto frio,
Envolto em agonias, saudade mais que dolorosa,
Sensações estranhas, sobem à coluna um único arrepio…

Talvez um dia, teu mistério eternize em prosas,
Quando vir enlaçado o corpo com teu laço de amor, até lá,
Recebe a minha alma, como bouquet de cardos ou rosas…!